Resumo da notícia
- O setor cervejeiro brasileiro registrou crescimento em 2024, com 1.949 cervejarias ativas e 43.176 cervejas registradas, consolidando-se como força econômica relevante no país.
- São Paulo lidera o mercado com 12.803 cervejas e 427 cervejarias, enquanto Santa Catarina destaca-se pelo maior crescimento proporcional, com alta de 11,1% no número de estabelecimentos.
- Cervejas sem álcool tiveram expansão de 536,9%, representando 4,9% da produção nacional, refletindo mudança no consumo em busca de opções mais saudáveis e conscientes.
- Exportações bateram recorde de 332,5 milhões de litros, com faturamento de US$ 204 milhões, tendo Paraguai como principal mercado e América do Sul como foco estratégico.
Resumo gerado pela redação.
O setor cervejeiro brasileiro alcançou um marco histórico em 2024, consolidando-se como uma das principais forças econômicas do país. Segundo o Anuário da Cerveja 2025, lançado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em parceria com o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv), o Brasil possui atualmente 43.176 cervejas registradas e impressionantes 55.015 marcas oficializadas.
O número de cervejarias registradas no país atingiu 1.949 estabelecimentos em 2024, representando um crescimento de 5,5% em relação ao ano anterior. Este avanço foi impulsionado pela entrada de 102 novos estabelecimentos no mercado, marcando o 9º maior crescimento da série histórica do setor.
“É uma alegria celebrar o setor cervejeiro, uma das grandes paixões nacionais. A cerveja é símbolo de comemoração, mas também representa trabalho, dedicação, qualidade e prosperidade”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, durante o lançamento do anuário.
São Paulo lidera, Santa Catarina acelera
São Paulo mantém sua posição de liderança absoluta no cenário nacional, concentrando 12.803 cervejas registradas e 427 cervejarias ativas. O estado paulista também apresenta a maior média de produtos por estabelecimento: impressionantes 30 registros por cervejaria, bem acima da média nacional de 22,2.
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Contudo, Santa Catarina se destacou como o estado de maior crescimento proporcional, registrando 25 novas cervejarias em 2024 – um salto de 11,1% que demonstra o aquecimento do mercado regional.
Revolução das cervejas sem álcool
Uma das tendências mais marcantes do setor foi o crescimento explosivo das cervejas sem álcool ou desalcoolizadas. Este segmento registrou um crescimento impressionante de 536,9% em 2024, passando a representar 4,9% de toda a produção nacional.

Esta expansão reflete uma mudança no comportamento do consumidor brasileiro, que busca cada vez mais opções de consumo equilibrado e consciente, alinhando-se às tendências globais de bem-estar e saúde.
Brasil conquista mercados internacionais
As exportações brasileiras de cerveja bateram recordes em 2024, atingindo 332,5 milhões de litros exportados – um crescimento robusto de 43,4% comparado ao ano anterior. O faturamento com vendas externas alcançou US$ 204 milhões, representando um aumento de 31,1% e estabelecendo o maior valor já registrado no período de estudo.
O Paraguai consolidou-se como principal parceiro comercial, absorvendo 66,5% do volume exportado pelo Brasil. A América do Sul como um todo concentra 97,7% das exportações brasileiras de cerveja, confirmando a região como mercado estratégico para o produto nacional.
O volume total de produção declarado ao Mapa em 2024 foi de 15,34 bilhões de litros. Deste montante, 24,7% correspondem a cervejas puro malte ou 100% malte, produzidas sem adjuntos cervejeiros como trigo, centeio, aveia ou milho.
O estilo Lager Leve Clara domina o mercado nacional, representando 58,3% da produção total com 8,95 bilhões de litros. Em seguida, aparecem os estilos Pilsener (32,4%) e outras Lagers (8,5%), que juntos somam 99,2% da produção brasileira.
Capilaridade nacional
Atualmente, 790 municípios brasileiros possuem pelo menos uma cervejaria registrada, demonstrando a capilaridade do setor pelo território nacional. O Rio Grande do Sul apresenta a melhor relação cervejarias por habitante, com um estabelecimento para cada 32.177 habitantes, superando a média nacional de uma cervejaria para cada 109.073 habitantes.
“Isso é resultado de uma estrutura sólida e de investimentos contínuos na produção e nas pessoas que fazem essa vasta cadeia acontecer, do campo ao copo. Cerveja é agro, emprego, renda, diversidade, cultura e gastronomia. Cerveja é Brasil”, enfatizou Márcio Maciel, presidente-executivo do Sindicerv.
Os dados do Anuário da Cerveja 2025 evidenciam não apenas o crescimento quantitativo do setor, mas também sua evolução qualitativa, com diversificação de produtos, conquista de novos mercados e adaptação às tendências de consumo contemporâneas, posicionando o Brasil como uma potência cervejeira de relevância global.
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