Grupo Tristão celebra 90 anos de atuação no setor cafeeiro e projeta novos investimentos para fortalecer a cafeicultura brasileira. Entre as ações planejadas está a participação no 10º Coffee Dinner & Summit, um dos principais eventos da cafeicultura global. Realizado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), será de 2 a 4 de julho, no Royal Palm Hall, em Campinas (SP). O objetivo é debater desafios econômicos, climáticos, socioambientais, regulatórios e logísticos do setor, sob o tema “O futuro do fluxo do comércio: protagonismo e liderança dos Cafés do Brasil”.
Fundado em 1935, o grupo é uma das empresas mais antigas e influentes do Brasil na cadeia produtiva do café. Já atravessou diferentes ciclos econômicos, transformações de mercado e períodos de instabilidade, sempre focando na inovação, valorização dos produtores e práticas sustentáveis.
Em 2025, além de comemorar seus 90 anos, o Grupo Tristão planeja investir em uma nova estrutura no município de Aracruz (ES). “Essa iniciativa inclui a construção de um armazém para ampliar a originação com rastreabilidade, incorporar práticas alinhadas aos princípios ESG. E otimizar a logística de escoamento dos grãos”, revela o presidente Sérgio Tristão.
Segundo ele, o novo armazém simboliza a visão de futuro da empresa, buscando estar mais próxima dos produtores, oferecer soluções logísticas eficientes e garantir a qualidade e a competitividade do café capixaba e mineiro no mercado internacional.
Crescimento Regional
A localização estratégica do empreendimento, na área da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), permite acesso a incentivos fiscais e facilita o crescimento regional. Além disso, a proximidade com o Porto Imetame, a apenas oito quilômetros, deve gerar ganhos de eficiência, redução de custos e prazos de entrega. “Essa conexão entre a produção cafeeira e o porto impactará positivamente na redução de custos e na agilidade da entrega dos produtos”, destaca Tristão.
Ele completa que o investimento reforça o papel do Espírito Santo na produção de café conilon, responsável por mais de 70% da produção nacional dessa variedade.
“Essa liderança é sustentada pela atuação do Grupo Tristão ao longo das décadas, que mantém uma relação sólida com produtores, cooperativas e comerciantes. A história do grupo remonta à década de 1960, quando Jônice Tristão foi um dos principais incentivadores da introdução do conilon no Estado. Com a frase ‘Plante, que a Tristão garante’, motivou muitos produtores a apostar na variedade. Essa iniciativa foi fundamental para o desenvolvimento regional e para a criação da Realcafé Solúvel do Brasil, em 1971, a primeira fábrica de café solúvel do Espírito Santo”, recorda.
Expansão
Além do conilon, o Grupo Tristão expandiu sua atuação para o café arábica, contribuindo para melhorar a reputação dos grãos das Montanhas do Espírito Santo. Até os anos 2000, a região era conhecida por cafés de baixa valorização. Mas a partir de então a empresa passou a incentivar a melhoria da qualidade e boas práticas agrícolas.
Destaque nesse sentido é o Prêmio de Qualidade Realcafé Reserva UCC, realizado a cada dois anos em parceria com a empresa japonesa Ueshima Coffee Company, maior torrefadora do Japão. A premiação avalia atributos sensoriais e critérios socioambientais, reconhecendo grãos de excelência e promovendo a sustentabilidade.
O prêmio já distribuiu mais de R$ 4,0 milhões aos produtores finalistas, com os melhores lotes enviados ao clube Realcafé Reserva, uma marca de cafés especiais do grupo. O lote campeão, no Brasil, recebe uma edição especial no país e no Japão, com o nome do produtor na embalagem, valorizando suas história e origem. “Dessa forma, o Grupo Tristão reforça seu compromisso com a qualidade, a sustentabilidade e o desenvolvimento da cafeicultura brasileira”, conclui o presidente.
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