O Japão enviará uma missão técnica para avaliar o sistema brasileiro de inspeção sanitária. A medida é essencial para abrir o mercado japonês à carne bovina brasileira e ampliar as exportações de carne suína, hoje limitadas a Santa Catarina.
O ministro da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão, Taku Eto, confirmou a decisão durante reunião com o ministro Carlos Fávaro, nesta terça-feira (25/3), em Tóquio. Os governos ainda não divulgaram a data da visita. O tema estava entre as prioridades da missão oficial brasileira ao país asiático nesta semana.
Atualização no protocolo para carne de frango
Ao mesmo tempo, o governo japonês também aprovou a regionalização do Certificado Sanitário Internacional (CSI) para influenza aviária. Ou seja, com a mudança, as autoridades aplicarão possíveis embargos às exportações de carne de frango e ovos apenas nos municípios com registro da doença, e não mais em todo o estado.
Em 2023, o Japão suspendeu as compras de carne de aves e ovos de Santa Catarina e do Espírito Santo após a detecção da gripe aviária em aves de subsistência. Os acordos sobre o novo protocolo serão assinados nesta quarta-feira (26/3), durante o Fórum Empresarial Brasil-Japão, em Tóquio.
“Essa medida garante maior segurança e previsibilidade nas exportações de carne de frango brasileira para o Japão, beneficiando produtores e fortalecendo a relação comercial entre os dois países”, afirmou Fávaro em nota.
O Brasil é líder global nas exportações de carne de frango, com participação de 35% no mercado mundial.
Parceria para recuperação de pastagens degradadas
Em resumo, durante o encontro, Brasil e Japão firmaram um compromisso para ampliar a cooperação na recuperação de pastagens degradadas. Ou seja, a iniciativa faz parte do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD).
Em 2024, o Japão anunciou um aporte de US$ 300 milhões para financiar produtores rurais brasileiros interessados em recuperar áreas degradadas. Agora, o valor deve ser ampliado para US$ 1 bilhão.
Além disso, o acordo prevê o desenvolvimento de projetos conjuntos para aumentar a produtividade e a sustentabilidade no setor agropecuário. Portanto, o uso de solos e bioestimulantes fornecidos por parcerias público-privadas dos dois países será um dos focos da cooperação, segundo o Ministério da Agricultura.
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