Uma descoberta inédita acende o alerta para a saúde dos tamanduás-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) no Pantanal. Pesquisadores identificaram, pela primeira vez, a presença do vírus Influenza A em animais de vida livre na região. O estudo foi conduzido pela mestranda Isabella Amaral, da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), em parceria com o Projeto Órfãos do Pantanal, sob orientação da pesquisadora Flávia Miranda, referência nacional em conservação de tamanduás.
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Pesquisadores coletaram as amostras de tamanduás-bandeira monitorados no Pantanal Mato-grossense, uma das regiões com maior biodiversidade do planeta. O resultado inédito destaca a importância do monitoramento constante da fauna silvestre, especialmente diante das crescentes ameaças ambientais.
Riscos aumentados por desmatamento e queimadas
Segundo especialistas do ICMBio e do Ministério do Meio Ambiente, o avanço do desmatamento, das queimadas e da urbanização no Pantanal intensifica o contato entre animais silvestres, rebanhos domésticos e seres humanos. Essa aproximação favorece a transmissão de doenças infecciosas, como a influenza. E pode afetar não só a fauna, mas também representar riscos à saúde pública e à pecuária local.
O tamanduá-bandeira é uma espécie classificada como vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Ele desempenha um papel fundamental no equilíbrio ecológico do Pantanal. A detecção do vírus Influenza A em indivíduos de vida livre reforça a necessidade de ações integradas de conservação, vigilância epidemiológica e combate ao desmatamento e incêndios na região.
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