Preços da batata ainda permanecem elevados em comparação ao ano anterior

Um dos maiores mistérios da alimentação mundial acaba de ser desvendado. A humilde batata, que hoje alimenta bilhões, tem uma origem surpreendente: ela é “parente próxima” do tomate. Essa revelação vem de um estudo revolucionário publicado na revista científica Cell.

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Pesquisadores chineses lideraram uma equipe internacional que analisou 128 genomas diferentes. Eles descobriram que há cerca de 9 milhões de anos, ocorreu um acidente genético extraordinário na natureza. Duas plantas completamente diferentes – uma similar ao tomate selvagem e outra do grupo Etuberosum – se cruzaram acidentalmente.

Desse “casamento” botânico improvável nasceu a primeira batata da história. O estudo mostra como cada planta contribuiu com genes essenciais:

  • O tomate forneceu a “chave” para começar a produzir tubérculos
  • Já o Etuberosum deu a capacidade de armazenar nutrientes no subsolo

“É como se a natureza tivesse feito seu próprio experimento de engenharia genética”, explica o professor Zhiyang Zhang, líder da pesquisa. “O resultado foi tão bem-sucedido que se espalhou por todo o planeta.”

A descoberta resolve um quebra-cabeça que intrigava cientistas há décadas. Apesar de parecida com algumas plantas, a batata sempre mostrou DNA mais próximo do tomate. Agora sabemos por quê.

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Impacto na agricultura moderna

Essa descoberta vai muito além da curiosidade científica. Entender a origem genética da batata pode ajudar a:

  • Criar variedades mais resistentes a pragas
  • Desenvolver cultivos que precisem de menos água
  • Aumentar a produção mundial de alimentos

Atualmente, a batata ocupa o 4° lugar entre os alimentos mais consumidos no mundo. Ela é essencial para a segurança alimentar em países em desenvolvimento. Cada ano, agricultores colhem mais de 350 milhões de toneladas do tubérculo.

O futuro da batata

Os pesquisadores já trabalham em aplicações práticas do estudo. Uma das mais promissoras é usar genes do tomate moderno para fortalecer as batatas cultivadas. Isso poderia reduzir o uso de agrotóxicos e aumentar a produtividade.

“Estamos diante de uma nova era para esse cultivo”, afirma a Dra. Esther van der Knaap, especialista em genética vegetal. “A batata que conhecemos hoje pode ser só o começo.”

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