Acordo entre Sebrae e Ministério da Agricultura beneficiará 2,5 mil pequenas agroindústrias
Foto: Mapa

Uma parceria estratégica firmada nesta quarta-feira (6) entre o Sebrae e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) promete revolucionar o cenário das pequenas agroindústrias brasileiras. O acordo tem como meta aumentar a produtividade em até 20% e beneficiar inicialmente cerca de 2,5 mil estabelecimentos rurais em todo o país.

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A iniciativa foca no fortalecimento do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI) e do Selo Arte, instrumentos fundamentais para que pequenos produtores possam comercializar seus produtos em escala nacional com qualidade e segurança garantidas.

Inclusão e desenvolvimento sustentável no campo

“O mercado não foi feito para os pequenos, por isso precisa de processos protetivos e principalmente de políticas de um estado social”, destacou Décio Lima, presidente do Sebrae, durante o evento de assinatura do acordo. “Essa parceria é justamente para garantir a inclusão da pequena agricultura e o desenvolvimento da economia dos pequenos dentro dessa lógica de poder ter longevidade e fazer escala no mercado.”

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A parceria surge em um momento estratégico para o agronegócio brasileiro. Atualmente, o SISBI possui 3.526 estabelecimentos registrados, mas apenas 1.061 estão habilitados para comercialização nacional através do cadastro geral SISBI-POA. O novo acordo visa ampliar significativamente esse número.

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Capilaridade e tecnificação: a fórmula do sucesso

O Sebrae atuará nos serviços de inspeção municipal dos aproximadamente 800 consórcios existentes no país, promovendo a adesão ao SISBI e simplificando processos burocráticos. A estratégia aproveita a reconhecida capilaridade da instituição para chegar até os pequenos produtores.

“O selo SISBI garante a inspeção, a qualidade do alimento e, com isso, sua comercialização em todo o território nacional”, explicou o ministro Carlos Fávaro. “O Sebrae, com sua capilaridade, acessa esses empreendedores para que possam atender às novas demandas, conquistar o Selo Arte e gerar mais oportunidades no meio rural.”

Formalização e inserção na economia global

Um dos principais objetivos da parceria é combater a informalidade no setor. “Queremos fazer com que as pequenas agroindústrias possam se formalizar para se inserir inclusive no contexto da globalização econômica”, enfatizou Décio Lima.

Carlos Fávaro e Décio Lima apostam na capilaridade do Sebrae para ampliar o atendimento. Foto: Maicon Felipe./Sebrae

O diretor-técnico do Sebrae, Bruno Quick, ressaltou o potencial transformador da iniciativa: “Só tem uma coisa que segura o filho do produtor no campo: a industrialização da sua produção. Isso vai mudar a pequena agricultura no Brasil.”

A parceria fortalecerá diversos programas já existentes:

  • Selo Arte: Reconhece produtos artesanais de origem animal e já conta com mais de 2 mil registros
  • Indicações Geográficas (IG): 139 reconhecimentos em todo o país que valorizam identidade regional
  • Programa Mais Leite Saudável: Foca na profissionalização do setor leiteiro
  • Plano de Qualificação de Fornecedores de Leite: Visa elevar padrões de qualidade

Números que impressionam

O impacto da parceria pode ser dimensionado pelos números do Sebrae no campo. Nos últimos dois anos, a instituição realizou cerca de 1,1 milhão de atendimentos em parceria com mais de 250 mil produtores rurais.

As propriedades de agricultura familiar representam dados expressivos na economia nacional:

  • 23% do valor bruto da produção agropecuária brasileira
  • 67% das ocupações no campo
  • Aproximadamente 10,1 milhões de trabalhadores empregados

Para o ministro Fávaro, a parceria representa uma oportunidade única de democratizar o acesso ao mercado nacional. “A partir do selo de inspeção instalado nos municípios, o Ministério passará a ter, por intermédio do Sebrae, acesso direto aos empreendimentos rurais. Ninguém tem mais capilaridade e competência para qualificar e prepará-los para agregar valor ao produto.”

A iniciativa promete não apenas aumentar a produtividade, mas também fortalecer as economias locais, reduzir desigualdades e criar novas oportunidades de desenvolvimento sustentável no meio rural brasileiro.

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