Resumo da notícia
- Representantes do governo, Congresso e setor produtivo defenderam maior subvenção ao seguro rural para mitigar os impactos das mudanças climáticas que aumentam perdas na agricultura e pecuária, elevando riscos para produtores e bancos.
- O secretário Guilherme Campos destacou a união entre Executivo e Legislativo para finalizar uma proposta robusta que amplie o seguro rural, enquanto o assessor Carlos Augustin alertou sobre a necessidade de decidir entre subvenção ao crédito ou ao seguro.
- O projeto de lei 2951/2024, em tramitação no Congresso, prevê modernização do seguro rural, alteração da subvenção econômica e criação do Fundo Catástrofe para cobrir riscos extremos no setor agropecuário.
- Técnicos e entidades do agronegócio defendem um seguro rural mais abrangente e acessível, com mecanismos como o Zoneamento Agrícola de Risco Climático e incentivos a produtores que adotam tecnologias para reduzir riscos.
Representantes do governo, do Congresso e do setor produtivo defenderam nesta sexta-feira (19) maior subvenção ao seguro rural no Brasil. O encontro ocorreu na sede da Sociedade Rural Brasileira, em São Paulo, e reuniu cerca de 200 participantes.
Eles alertaram que as mudanças climáticas intensificam perdas na agricultura e na pecuária, elevando riscos para produtores e instituições financeiras. Bancos exigem mais garantias e os recursos públicos disponíveis para cobrir sinistros são limitados.
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O secretário de Política Agrícola do Mapa, Guilherme Campos, destacou a união entre Executivo e Legislativo para ampliar o seguro. Ele afirmou que uma proposta robusta está em finalização para enfrentar os desafios do setor.
O assessor especial do ministro, Carlos Ernesto Augustin, reforçou que o modelo atual não se sustenta. Segundo ele, o governo precisa decidir se prioriza a subvenção ao crédito ou ao seguro.
Seguro rural mais abrangente
Técnicos de diversas instituições apresentaram dados que confirmam a necessidade de um seguro rural mais abrangente e acessível. A ideia defendida no evento é migrar gradualmente a subvenção do crédito para o seguro.
Campos lembrou que o Plano Safra cresce desde 2023, mas enfrenta dificuldades neste ano. Ele citou como causas a Selic alta, o avanço das recuperações judiciais e os efeitos das mudanças climáticas.
De olho no Congresso
Os participantes também discutiram o projeto de lei 2951/2024, em tramitação no Congresso. A proposta moderniza o seguro rural, altera a subvenção econômica e cria o Fundo Catástrofe para cobrir riscos extremos.
O pesquisador da Embrapa, Eduardo Monteiro, e o diretor do Mapa, Diego Almeida, apresentaram mecanismos já usados, como o Zoneamento Agrícola de Risco Climático. Eles também detalharam o piloto do Zarc com nível de manejo, implantado em Londrina (PR) na cultura da soja.
Três seguradoras aderiram ao projeto, que premia produtores que adotam tecnologias para mitigar riscos, oferecendo condições mais vantajosas de seguro.
Representantes da CNA, OCB, CNseg e FenSeg participaram do evento. Todas as entidades defenderam o fortalecimento do seguro rural como instrumento essencial de proteção ao agronegócio.