Resumo da notícia
- O Acordo Mercosul-União Europeia cria a maior zona de livre comércio do mundo, com mais de 700 milhões de consumidores e redução gradual de tarifas sobre a maioria dos produtos em até 15 anos.
- O acordo beneficia principalmente o agronegócio, eliminando tarifas sobre 91% dos produtos europeus e 92% dos sul-americanos, ampliando mercados e fortalecendo a competitividade internacional.
- Setores como carnes, grãos e frutas ganham espaço e segurança para investimentos, com o Brasil podendo atuar como garantia da segurança alimentar europeia, aproveitando sua capacidade produtiva.
- O tratado oferece previsibilidade e diversificação de mercados para produtores rurais, protegendo contra oscilações econômicas e promovendo maior rentabilidade e estabilidade para o agronegócio brasileiro.
O Acordo Mercosul-União Europeia deve criar a maior zona de livre comércio do mundo, com mais de 700 milhões de consumidores e redução gradual de tarifas sobre a maioria dos produtos negociados entre os blocos. A expectativa do setor rural é alta, pois o acordo amplia mercados, fortalece a competitividade internacional e oferece segurança para investimentos no agronegócio brasileiro.
O acordo elimina progressivamente tarifas sobre 91% dos produtos europeus e 92% dos produtos sul-americanos em até 15 anos, beneficiando principalmente o agronegócio dos dois blocos.
Segundo Tirso Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de São Paulo (Faesp), o tratado traz a oportunidade de ampliar mercados. Além de reduzir barreiras e garantir previsibilidade para os produtores rurais brasileiros. “O setor ganha competitividade ao diversificar destinos e assegurar saída para a produção excedente”, destaca Meirelles.
- Café: brasileiros lideram consumo mundial e buscam sustentabilidade
- La Niña 2025: como fenômeno climático pode afetar a agricultura no Brasil
O Acordo Mercosul-UE abre possibilidades especialmente para carnes, grãos, frutas e produtos com valor agregado. Com isso, o agronegócio pode investir com mais confiança em tecnologia, qualidade e sustentabilidade. Além disso, o Brasil poderá atuar como um garante da segurança alimentar europeia, aproveitando sua capacidade de realizar três safras anuais.
Meirelles explica que acordos bilaterais são essenciais para que o produtor rural minimize riscos financeiros, diversifique os mercados e mantenha a estabilidade econômica. “Essa diversificação protege contra oscilações de preços e crises regionais, permitindo ao produtor rural continuar investindo e ter renda mais estável”, afirma.
Maior bloco econômico mundial
Para Úrsula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, o acordo é um marco que consolida a UE como o maior bloco econômico mundial. Ela destaca a importância estratégica desses tratados para fortalecer relações e enfrentar desafios globais, como a modernização do comércio mundial e o reforço da confiança mútua.
O coordenador da Comissão Técnica de Cafeicultura da Faesp, Guilherme Vicentini, vê o acordo como forma de garantir maior rentabilidade e continuidade para o produtor rural. Que passa a ter mais opções de mercados globais.
Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), avalia que o benefício tarifário ao Mercosul será uma vantagem competitiva importante, considerando que a União Europeia já é o segundo maior destino das exportações brasileiras, mesmo sem privilégios tarifários. Ela ressalta que o acordo deve acelerar processos de negociação com outros parceiros comerciais, em um cenário geopolítico global em transformação.