Resumo da notícia
- A inflação oficial mostra queda nos preços de alimentos e bebidas pelo quinto mês consecutivo, com recuo de 0,02% em outubro pelo IPCA-15, refletindo o menor período de deflação desde setembro de 2024.
- Os alimentos acumulam queda de 0,98% de junho a outubro, enquanto a inflação geral do IPCA-15 subiu 0,18% em outubro, abaixo dos 0,48% registrados em setembro.
- Produtos como cebola, arroz, ovo e leite puxaram a deflação em outubro, contribuindo para menor pressão sobre os preços da cesta básica, importante para famílias de menor renda.
- Especialistas preveem estabilidade nos preços com safra recorde de grãos, o que deve continuar a desacelerar a inflação dos alimentos essenciais nos próximos meses.
A prévia da inflação oficial mostra queda nos preços de alimentos e bebidas pelo quinto mês seguido. Em outubro, o recuo foi de 0,02%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta sexta-feira (24) pelo IBGE.
De junho a outubro, os alimentos ficaram 0,98% mais baratos, o que representa o maior período de deflação do setor desde setembro de 2024. O IPCA-15 geral subiu 0,18%, abaixo dos 0,48% registrados em setembro.
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Menor pressão sobre a mesa do brasileiro
Entre setembro de 2024 e maio de 2025, os preços de alimentos e bebidas subiram por nove meses seguidos, impulsionados por problemas climáticos e quebra de safra. Desde então, os valores acumulam cinco quedas consecutivas:
Outubro: -0,02%
Setembro: -0,35%
Agosto: -0,53%
Julho: -0,06%
Junho: -0,02%
Com essa sequência, o acumulado em 12 meses ficou em 6,26%, acima da inflação geral (4,94%), mas o menor desde setembro de 2024, quando marcava 5,22%.
Alimentação no domicílio
A inflação da alimentação em casa caiu 0,10% em outubro e acumula 5,47% em 12 meses — o menor patamar desde agosto de 2024. Essa categoria é a mais importante dentro do IPCA-15, representando 21,63% da cesta de consumo de quem ganha até 40 salários mínimos.
Cebola e arroz puxam queda no mês
Os produtos que mais contribuíram para a deflação em outubro foram cebola (-7,65%), ovo de galinha (-3,01%), arroz (-1,37%) e leite longa vida (-1%). Cada recuo retirou 0,01 ponto percentual do índice.
Outros alimentos registraram fortes reduções, embora com peso menor no total: pepino (-24,43%), abobrinha (-20,80%), morango (-15,63%) e peixe castanha (-12,68%).
No acumulado de 12 meses, os maiores recuos vieram da batata-inglesa (-39%), feijão preto (-32%), cebola (-27%) e pepino (-27%). Em contrapartida, o café moído (53%), a abobrinha (43%) e o pimentão (36%) lideraram as altas.
Veja a variação de outros grupos em outubro
Tubérculos, raízes e legumes: -2,17%
Hortaliças e verduras: -1,87%
Cereais, leguminosas e oleaginosas: -1,24%
Pescados: -0,98%
Leites e derivados: -0,66%
Aves e ovos: -0,51%
Carnes e peixes industrializados: -0,24%
Carnes: -0,05%
Bebidas e infusões: 0,01%
Enlatados e conservas: 0,22%
Panificados: 0,23%
Frutas: 2,07%
Óleos e gorduras: 2,18%
Expectativa é de estabilidade com safra recorde
Para o economista-chefe da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Felipe Queiroz, o resultado é animador e mostra uma convergência da inflação para o centro da meta de 3% ao ano.
Segundo ele, a queda de preços de alimentos básicos traz alívio para as famílias de menor renda. “A redução em itens como arroz, leite, ovos e cebola é muito positiva”, afirma.
A Apas, que representa mais de 4,5 mil supermercados no estado, projeta continuidade na desaceleração dos preços nos próximos meses. “Temos uma safra recorde de grãos, o que deve ajudar na queda de itens essenciais da cesta básica”, conclui Queiroz.