O Comércio Justo tem se destacado no Brasil como um modelo alternativo de negócios que faz diferença na vida de muitas famílias que dependem da agricultura. Com a crise climática global ameaçando a sustentabilidade do planeta, os produtores e trabalhadores rurais envolvidos no sistema Fairtrade (Comércio Justo) contribuem com a gestão responsável e sustentável dos recursos naturais.
O Comércio Justo cria um canal de comercialização mais direto entre produtores e consumidores, proporcionando relações comerciais mais justas e pagamento de melhores preços pelos produtos Fairtrade. Os produtores e trabalhadores Fairtrade cumprem uma série de requisitos que abrangem direitos humanos e preservação ambiental.
Beneficiários e produtos
Cerca de 10 mil famílias de pequenos produtores e trabalhadores agrícolas cultivam café, laranja, mel, castanha de caju, limão, manga, mamão, uva, guaraná, soja, ervas finas e especiarias em mais de 50 associações e cooperativas. Esses produtores recebem benefícios do sistema Fairtrade, que visam melhorar suas condições de vida e trabalho.
Anualmente, diversas atividades promovem o sistema tanto nos países produtores como o Brasil quanto nos principais países consumidores, majoritariamente na Europa. Em 2023, o tema central da campanha mundial foi “Ao semear o Comércio Justo colhemos esperança”. Este tema foi amplamente divulgado por Organizações de Pequenos Produtores (OPPs) certificadas Fairtrade e por Cidades e Universidades Pelo Comércio Justo em eventos realizados em maio, o Mês do Comércio Justo.
Impacto das atividades
Esses eventos visam promover os conceitos, princípios e valores do Comércio Justo, sensibilizando consumidores para o consumo responsável e sustentável. Maurício Alves Hervaz, presidente da Associação das Organizações de Produtores Fairtrade do Brasil (BRFAIR), destacou a importância dessas ações para mostrar aos brasileiros os benefícios do sistema.
“O mercado interno de cafés especiais e certificados é grande, e todas as ações de divulgação e marketing fortalecem e fomentam esse comércio interno”, afirmou Hervaz.
A Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Universidade Federal de Viçosa (UFV) são reconhecidas como “Universidades pelo Comércio Justo”. Esse reconhecimento faz parte do projeto Universidades Latino-Americanas pelo Comércio Justo, promovido pela CLAC desde 2015.
Além disso, quatro cidades brasileiras possuem o título de Cidades Latino-Americanas pelo Comércio Justo: Boa Esperança, Poço Fundo, Santana da Vargem e Muqui. A cidade mineira de Nova Resende está em processo de reconhecimento.
10 anos do projeto no Brasil
Em Boa Esperança, o Comitê Gestor comemorou 10 anos do projeto na cidade com diversas atividades. Incluindo o lançamento de novos produtos Fairtrade e a premiação de estabelecimentos comerciais. Já em Poço Fundo, a feira de produtores locais e palestras sobre Fairtrade foram destaques.
Já em Santana da Vargem, alunos das escolas locais receberam o título de Embaixadores do Comércio Justo. Eles também visitaram a cooperativa local para aprender sobre a produção de café. E em Muqui, a cooperativa local realizou ações de conscientização e venda de produtos Fairtrade.
Enfim, o método é um movimento que promove relações comerciais justas, visando melhorar as condições de vida de produtores e trabalhadores. E também conscientizar consumidores sobre a importância de escolher produtos certificados. A Fairtrade International define as normas e certifica os produtos que recebem a marca “Fairtrade”.