A queda de um King Air F90 na Barra Funda, em São Paulo, reacendeu o debate sobre a segurança e a confiabilidade desse modelo de aeronave. Empresários, incluindo os do agronegócio brasileiro, utilizam amplamente essa aeronave. O acidente resultou na morte de duas pessoas e ferimentos em outras duas. E trouxe à tona discussões sobre os riscos envolvidos na aviação executiva e a necessidade de rigorosos padrões de manutenção e operação.
O Beechcraft King Air F90, fabricado pela empresa norte-americana Beechcraft, é uma aeronave turboélice lançada no final da década de 1970. Com capacidade para até oito passageiros, incluindo o piloto, o King Air F90 se destaca pelo espaço interno refinado, conforto semelhante ao de jatos executivos de pequeno porte e um cockpit considerado avançado para a época. Sua robustez, confiabilidade e baixo custo operacional em comparação com jatos de mesma categoria o tornaram popular no mercado de aviação executiva. Por isso, é muito utilizado para transporte corporativo, serviços médicos e missões especiais.
No agronegócio, o King Air se destaca pela capacidade de operar em pistas não pavimentadas e pela autonomia, que permite voos sem escalas por longas distâncias. A aeronave facilita o deslocamento rápido de empresários e executivos do setor, agilizando negócios e visitas a propriedades rurais.
Acidente em São Paulo e histórico de ocorrências
O King Air F90 que caiu na Barra Funda, de matrícula PS-FEM, foi fabricado em 1981 e estava com seu novo dono desde o final de 2024. A aeronave decolou do Aeroporto Campo de Marte, na Zona Norte de São Paulo, com destino a Porto Alegre. Mas a torre de controle perdeu contato com ela minutos após a decolagem. As causas do acidente ainda estão sendo investigadas pelo Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV).
Embora muitos considerem o King Air uma aeronave confiável, já ocorreram acidentes envolvendo esse modelo no Brasil e no mundo. Em 2019, um King Air B200GT caiu em Itapeva (MG), matando sete pessoas. Em 2021, outro King Air caiu em Piracicaba (SP), resultando em sete mortes.
Após o acidente em São Paulo, especialistas em aviação reforçam a importância de rigorosos padrões de manutenção e operação para garantir a segurança dos voos. A idade da aeronave, fabricada em 1981, também levanta questionamentos sobre a necessidade de inspeções mais frequentes e a substituição de peças desgastadas.
Fiscalização
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) é responsável por regular e fiscalizar a aviação civil no Brasil, estabelecendo requisitos de segurança e manutenção para as aeronaves. No entanto, a fiscalização efetiva e o cumprimento das normas são desafios constantes. Especialmente em um país com grande número de aeronaves e pistas de pouso.
Portanto, o acidente com o King Air F90 em São Paulo serve como um alerta para a necessidade de investir em segurança e manutenção, garantir a formação e o treinamento adequados dos pilotos e fiscalizar o cumprimento das normas, a fim de evitar novas tragédias e garantir a segurança da aviação executiva e do agronegócio brasileiro.
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