O controle eficaz da cigarrinha-do-milho (Daubulus maidis), praga responsável por grandes prejuízos à cultura de milho em várias regiões do Brasil, depende de uma abordagem integrada que vai além da simples aplicação de inseticidas. Isso é o que afirma o fitotecnista Paulo Garollo, que há mais de quatro décadas atua no setor. Para ele, a utilização correta do inseticida buprofezina, focando no controle da fase ninfal do inseto e na esterilização das fêmeas, pode ser a chave para conter o avanço da praga de forma eficaz.
Garollo aponta que a cigarrinha tem causado perdas expressivas, como uma redução de até 40% na Argentina na última safra. Além disso, está sendo estudada com preocupação nos Estados Unidos. No Brasil, a praga já é uma realidade devastadora em regiões como o Triângulo Mineiro, onde os ataques se tornaram severos. A cigarrinha é vetor de doenças graves como enfezamento vermelho, amarelo e o vírus do raiado fino. E causa danos significativos às lavouras, com perdas de até 90% em alguns híbridos.
Ação integrada para controle da praga
O especialista defende que o controle da cigarrinha-do-milho deve incluir um foco na fase ninfal do inseto, em vez de priorizar apenas o combate aos adultos. “As ninfas são altamente protegidas e têm baixa mobilidade, o que permite que se multipliquem rapidamente nas lavouras, perpetuando a espécie. Controlar essa fase é essencial para interromper o ciclo reprodutivo”, explica Garollo. Ele destaca que o uso da buprofezina, inseticida introduzido pela Sipcam Nichino, é eficaz não só no controle das ninfas. Mas também na esterilização das fêmeas, reduzindo a proliferação de ovos férteis.
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Além de seu efeito direto na redução da população de cigarrinhas, Garollo ressalta que o uso da buprofezina também contribui para o manejo da resistência da praga a outros inseticidas. A buprofezina pertence à classe dos reguladores de crescimento. E oferece uma alternativa menos agressiva ao meio ambiente e específica para a Ordem dos Hemípteros, grupo ao qual a cigarrinha pertence.